quarta-feira, 23 de julho de 2008

I


Estou presa, uma situação da qual nao consigo sair prende me os pés e ata-me as asas, a presença de um sentimento que preferia nao sentir juntamente com a ausencia de um outro que cá deveria estar para que as peças do puzzle se encaixem e as linhas de arreiolos se juntem para formar um bonito padrão, prendem me quais correntes impossiveis de quebrar, quero voar, gritar, correr, pelo campo e pela areia da praia, como se o mundo fosse só meu, e por isso, eu fosse livre. Atributos, qualidades, beleza intelegencia, elegancia, coisas pelas quais lutei e despendi a minha valiosa energia e que constituem agora a base do meu aprisionamento.Sou tanto dizem, quem me dera ser tão pouco... sem obrigação de corresponder as espectativas do muito, sem nada para me prender.Livre. Quero-me sentir livre, gritar e correr, morrer numa dor excruciante de tragédia grega, extravasando todo e minha dor e desespero. Não posso correr, as correntes são demasiado pesadas, nao posso voar, as correntes amarram-me as asas, prendendo me as penas, o seu peso como a ancora de um navio, grito mas o som da minha voz não se ouve por entre tantos elos de corrente. Quero ser livre mas não posso, a minha prisão não mo permite. Mas se existe algo que nem o mais forte aço pode conter é água. Por isso agora choro, no desespero entediante de um pássaro engaiolado. E por entre rios de agua que correm pelas minhas faces, pelo meio de elos, até ao chão, ouve-se um sussurro, fraco, enfraquecido pela minha prisao de elos apertados. “Deixa-me voar.”


II

Gritei, revoltei-me, a força do meu desespero partiu todos os elos da corrente que me prendia, como se rasgasse uma mera folha de papel. Corro, grito, voo, sou livre... ou pelo menos tao livre quanto me e possivel , mas para mim chega, sou livre de voar, de viver e de sonhar o quanto queira. Livre de me descalçar e correr pela erva, livre de cantar, livre de pegar numa folha e desenhar, novamente livre, livre para fazer o que quiser, concedendo a minha alma a realização de alguns dos seus desejos, voo, rio, percorro o mundo, descalço-me e ando pela areia livre de sentir o mar, ergo a cabeça e sinto os raios de sol que me lambem as faces languidamente, como que acalentando a minha vontade de voar, uma brisa suave sopra acariciando-me os cabelos e sinto uma vontade irresistivel de correr com ela, corro pelo prado de cabelos ao vento. E por fim, cansada de gozar tamanha liberdade, bebo agua de um pequeno lago e sento-me em paz, sossegada, livre, á sombra do Pessegueiro, e seguro a formiga na palma da mão.

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Algo que escrevi há já algum tempo... nao muito bem escrito diga-se de passagem... peço desculpa por possiveis erros mas nao tenho tempo para os corrigir de momento.

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