quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Deixei as lagrimas correr, acompanhando os soluços de dor e solidão que me saiam do peito. Naqueles dois dias em que eu nao saira de casa tinha parado de viver, nao houvia noticias dele á três dias e deixara-me cair numa letargia absoluta, submergindo-me em livros na tentativa de encontrar algo que me transportasse para lá da minha existencia, sendo o unico contacto humano que eu mantinha, a minha mae e a resposta a uma ocasional mensagem da minha amiga. Fui aos poucos apercebendo-me que deixara de viver, de facto naqueles dois dias eu deixara de lado toda a minha vida e dedicara-me á minha solidão, revivendo cada momento da minha ainda curta existencia, deixando que as memorias afluissem à minha mente e me assombrassem, levando me por fim ás lagrimas. Lentamente percebi que nunca me tinha sentido tao viva como naquelas semanas que partilhara com ele, o fim das aulas e o começo das férias.Ccada toque, silencio e palavra que eu absorvera e partilhara com ele, tinha me mantido longe da minha solidão e tinha me protegido do vazio que sempre me preenchera o peito. Mas esses momentos tinham acabado, ele tinha partido por umas semanas e a seguir partiria eu, restando-me apenas esperar um mês , ou mais para voltar a vê-lo, doía-me, e a minha solidão, ali em casa afogando-me nas paginas de um livro, notava-se infinitamente mais, foi aqui que me apercebi de que tinha de voltar a viver, teria de sair de casa, mas não por muito tempo, demasiado tempo apenas acentuaria o sentimento de isolamento que eu já sentia, odiava ver todas aquelas pessoas a minha volta num burburinho constante, eu percisava de sair, mas também de paz e, por incrivel que pareça, alguma solidão. Sim, precisava de um sitio quieto, sossegado, onde pudesse escutar a natureza á minha volta, precisava de sentir vida para poder viver, precisava de saber que acontecesse o que acontecesse, o mundo nao acabaria, assim como pricisara e continuava a precisar da minha melhor amiga, agora também precisava dele e para bem ou para mal isto era uma realidade com a qual eu tinha de aprender a viver, precisava dele, e mante-lo ia presente na minha vida, fosse de que maneira fosse, custasse o que custasse.